A luz da tarde prateia
Em mil dourados o pó
A vida em brisas e aromas
Beija minh'alma tão só
Vou a convite do vento sonhar
Por outras terras amar e viver
Busco por sobre os telhados o último Sol
Cortinas de renda desenham
Sombras em todo salão
A me espreitar as palavras
Rondam o meu coração
Fico em estado de alerta pra ouvi-las
Pra poesia que espero
Tal como a flor na janela que espera a manhã
Não quero prendê-la
Só quero dançar
Num rodamoinho
A me soprar
Pelo ar
Quero ser rua, ser ponte, ser leito
Quero poder me lançar
E junto a ela ser rio que encontra com o mar