O céu que cai sobre mim hoje
É o mesmo há bilhões de anos
Tombou em lágrimas de luz
Em desespero a perguntar
O que mais vão fazer?
O que falta?
O sangue derramado
Já não basta?
Mais de cem pessoas que se vão
Na média diária do jornal
E o povo a se proteger
Anestesiado, implorar
Deixa eu ver minha TV
No meu sofá
Meu carro, meus DVDs
Minha sala de não estar
Pouco é o tempo para se refletir
Para transcender, discutir, mudar
Se o Estado está a nos consumir
Para manter o sistema em seu devido lugar
Eu não sei você, mas eu cansei de ver
Todos os mesmos erros, tanta verdade se esconder
Mas antes de saber quais placas levantar
O que posso fazer, que lado vou ficar, o que vamos gritar
Em quem vou confiar, para quem vou escrever
A gente precisa enlouquecer!