No sopro da mata ecoa um sinal
É dança de guerra, um canto ancestral
No ventre do barro, esperança plantou
O sangue nativo jamais se calou
No ato sagrado nasceu a missão
Sementes de fogo cruzaram o sertão
Ergue-se a voz que rasgou o chão
Tupã moldou a vida em cada grão
Surgiu da floresta o saber milenar
O clima abençoado faz tudo brotar
Planta a liberdade, levanta a bandeira
Terra é de quem cultiva a vida inteira
Se o campo resiste, a flor vai nascer
Na força do povo, o Sol vai renascer
Caminha o lavrador com fé no olhar
Num chão prometido que vive a clamar
Das mãos calejadas, surge o amanhã
Colheita de luta, de amor, de afã
Somos origem, quilombo é nação
Faz do grito um clarão de união
No rito da enxada, o milagre se faz
No canto das plantas, a cura é a paz
Tatuapé semeia paixão
Brotando justiça no seu coração
Se a terra é livre, é livre o cantar
O sonho vermelho não vai se apagar