DUALIDADE

O que foi que eu fiz para que você me tratasse com tanta falta de respeito?
Nos conhecemos há muito tempo
Mas é a primeira vez que você vem até a mim pedir um favor ou algo parecido
Você achou o paraíso na Avenida das Américas
A polícia te protegia, conheceu alguns bandidos
E a rua não precisava de um amigo como eu
Chinelo e bermuda, de volta pra pista, tô fora da curva, fazendo milagre
Sou Wolverine e também tô Dente de Sabre
Se eu for falar de Sepetiba é igual o Harley
Só vou falar de mim, de Deus e de Bob Marley
É que você é meio de backflip, se quiser
Te dou um motivo pra escrever isso aqui de freestyle

Eu sou o mano esquisitíssimo, andei lendo o Veríssimo
Chase ou Carlos Drummond de Andrade, uns que eu não conheço e me criticam
Mas só tô batido com o senso criativo do flow, de perto que eu sou pica
Se a culpa é sua, a fama é nossa, o jazz é bossa nova
Da antiga, eu já tomei umas coça da polícia, hey Joe
Me fala que o tempo passou, que o meu inimigo sou eu
Que após hits e hits, a febre do ouro cegou
Tô solto com a Fife, Niquei, de mim eu tô com a fita
Quebrou, dá saca do peco, pente, índio, marcaram o rapper, ator
Sou Black Panther, Vila do Tanque, Daft Punk, prensado
Jota Quest é quase Skunk, vem pra minha loja ouvir Thelonious Monk
O velho rato rico vende droga, já não sonha como antes
Opopara, cê pode comparar, falsificar a assinatura do teu alvará
Só já nos salvará, é eu e ela, só TDAH, sem tadala, cê de doca para, pá, pá, pá

Se tudo der errado, é só voltar pro início, dilemas de mim
Eu, sentado na beira do mais alto edifício, arranha-céu, perto de Deus
Eu confesso que às vezes eu sou um cara difícil
Dilemas de mim, eu, no crime de te amar, apresento indícios
No flow do saxofonista Eliseu

Se tudo der errado é só voltar pro início, dilemas de mim
Eu, sentado na beira do mais difícil, dilemas de mim
Eu, no crime de te amar, apresento indícios, no flow do saxofonista Eliseu