Do barro mais ancestral
Nasci, cresci, amei
Senhora do bem, do mal
Encantos mil lancei
Me vendo tão livre a me aventurar
Fui jogada nas pedras a rastejar
Tão logo uma outra no meu lugar
A servir de escrava pra sempre
Não
Iria deixar
Minha irmã ser esta
A cã do senhor
E lhe dei
Luz
Luz
Luz
Para enxergar
E se libertar
Ser dona de si
E seguir
Luz
Luz
Luz
Do corte de um animal
Me fiz metade só
Amar e multiplicar
Papel sagrado a mim
Não via, nem era capaz de olhar
Condenada a sorrir e a me ofertar
Ouvindo uma voz longe a me chamar
Minha irmã me salvou e então vi
Não
Podia ficar
Sendo só metade
A cã do senhor
E fugi
Luz
Luz
Luz
Pude enxergar
Te agradeço irmã
E vou te encontrar
Para sermos
Luz
Luz
Luz