Perdido entre as sombras do tempo
Derretido ao calor do Sol
Lá vem o João ninguém
Escarrando fumaça e pó
Rosto abatido, riso sem brilho
Desiludido e sem nenhum tostão
Cidade grande? Amarga esperança!
Ele retorna para o seu sertão
Aqui é seco, mas tem amigos
Água de coco, feijão, jabá
Maria rosa à espera, na porteira
E cinco filhos pra criar
Na ansiedade de ganhar o mundo
Subiu em prédios, pintou murais
Agora nada mais é tão cheiroso
Como os bois e porcos nos currais