A Saga de Um Nordestino

Ai de minha terra
Achando que o ouro
Estava no sul
Deixei a seca
De minha terra
Mode encontrar
Seca de coração

Deixei a minha
Família
E minhas raízes
No sertão
Mode encontrar
As riquezas
Nas terras
Não passou
De uma ilusão

Ao chegar lá
Vi logo as pessoas
Catando o comer
Lá no lixo
Ao olhar pro lado
Logo eu vi
Um menino
Cheirando cola

Onde está sua
Família mofiu
No roubo nas
Drogas ou
Na prostituição

Fui caminhando
Inté uma esquina
Quando de repente
Me vem uma
Menina
Parentando seus
Onze anos
Girava e girava
Uma bolsinha

Sou bonita
E gostosa
Tenho muito
Para te dar
Posso fazer
O que você
Quiser
É só me
Pagar

As crianças
Não
Não

A escravidão
Ainda não
Acabou
Tão pouco
A vida selvagem
Nós comida
De todos
Os dias
Dos canibais
Das selvas
De pedra

Agora vorto
Pro meu cantinho
Regressar para
O meu lar
Sertão eu choro
Com todo carinho
Com lágrimas
O solo irrigar