O manto da noite se abriu no horizonte
Já faz desde ontonte que nega a armação
E a tal previsão pra hoje anuncia
Bem no fim do dia precipitação
Parece que a chuva de hoje não passa
Dará o ar da graça que a muito se espera
Desde a primavera a estiagem se acampa
E a várzea do pampa assim não prospera
Bota pra baixo pai véio
Libera as comporta que a pastagem morta vai servir de adubo
Abre as torneiras e alaga tudo, mas que tempo feio
Bota pra baixo pai véio
Quando se arma numa tarde quente
A chuva iminente trás gotas de luz
O campo traduz na sua linguagem
Com nova pastagem que a terra produz
Depois da tormenta ou da chuva mansa
Renasce a esperança no verde que brota
Da várzea até a grota parece que o pampa
É um taura na estampa do chapéu a bota