Acumulamos quadros surreais
Nos quartos escuros dos museus
São rios de chorume
Correndo entre as montanhas
Que exalam a podridão
Dos que fecham as janelas da realidade
Em primeiro plano
Humanos e urubus
Compartilham o pão, iogurte vencido
E uma alegria que parece impossível
Do ponto de fuga
Alguém grita palavras bíblicas
Rastreando mais um futuro fiel
E, no pico da montanha
Uma mulher olha pra cima
A chamar o cheiro do céu
E espera cair a sua única saída
Enquanto a saída não cai do céu
Passeia pela felicidade metafísica