O roupão encardido
Os olhos baços de chorar
Mas a memória lhe traz
Uma tarde em Paquetá
E Celeste descobre no espelho novos traços
Não a Celeste de gestos relapsos
Mas Ariadne, a que foi abandonada em Naxos
Sou Ariadne, maior que as deusas
Não sou imortal: Vejam meu pranto
Nenhuma atraiçoada morreu tanto
Foi penalizada pela falta de recato
Mas um Deus moreno do Brasil mulato
Transformou-a em pedra nua na enseada
Que é pra viver eternamente assim molhada