Na lista de cardápio vi uma fila de cadáveres
Uma pilha de olhares em cabeça como um pastrami de mármore
Não passo de um milagre, foi o que um cristão me disse
Sob um tronco de verniz que um dia já foi árvore
Precisamos falar de masculinidade
De mais pra sua idade?
Te rasga a vaidade?
- danilo, cê vai ter nove anos até quando?
Em agosto o útero chora em prantos
Agora é tarde, né?
Um programa de casal, coisa e tal
Eu e o banzo ao som de banjo
Esbanjando o tamanho do pau que eu tomei da policia quando sair da lan house
Eu tinha só doze
Sei que cê pensou besteira no final
A oligarquia do terreno periférico é infértil
O aborto espontâneo patriarcal não é algo hemisférico
Conheci capão pecado pelo teco
As playboy dentro de um boteco
Lágrima enrustida é bíblia de cético
Eu aposto que você trabalharia séculos
Pra ouvir um eu te amo do seu coroa
Sincero
Sem questionamento bélico
Sem ter muito intermédio
As vezes ficar em silêncio custa uma vida em remédios
Não rebole, não da mole
É o primeiro a entrar no coro
Se não fode, então não me olhe
Que o corpo preto é de ouro
Se não quer um beliscado herdeiro
Bole um marlboro
Se o assunto é delicado, primeiro engole o choro
Sem ter time preferido, prefiro passar minha vez
Se não tem, não tem peça. Quebra essa regra, xadrez?
Eu não terminei a conversa, cê tá com pressa, xiao dre?
Morro de chorar mas não derramo uma lágrima pra vocês
Sujeito ao erro a todo instante, estrutural problema
Desconstrução constante, respeitando o processo
Não nego que já teve excesso, de falta de respeito da frase me desculpa a fase do descubra o efeito
Querem que sejamos provedores e impermeáveis
Sem demonstração de afeto ficamos instáveis
Particularidades, reforçando um lado narcísico
Só pra ser visto como homem e suas virilidades
Limitar os sentimentos, é o que mais tortura
Sem demonstrar insegurança e no fim o que me segura?
A pressão no peito por causa do choro engolido
Aumenta a fúria do oceano de lágrimas reprimido
Vacilos recorrentes preenchem meu repertório
Repito o que condeno contanto que não me fira
Pra se isentar do erro coloque a culpa no próximo
É lógico que eu estou falando da mentira
Uma das várias formas, nociva e próxima
Moldando o caráter e a masculinidade tóxica
Os traumas causados pela minha melhor versão
Não se amenizam se só eu estiver em desconstrução
Hei mano o que houve aqui, hein?
Pra que fragilizar um outro mano para se sentir mais forte?
Não tá tudo bem
Como vou reagir leve e solto se com tudo tu se morde?
Se aquele mano dança, canta, maqueia ou cozinha
É porque não teve tempo pra cuidar da sua vida
Esse seu estereotipo, putrifica o interior
Tu só preocupa com o membro se ele for inferior
Transfere o valor do mico que tu paga toda vez que tu se gaba
Todos te veem com a mente fechada
Isso é coisa de homem, eu sei e nem disse nada
Essas falas engessadas deixa a mente atrofiada
Um homem com H maiúsculo
Mais músculo
Que não canta acústico
Que tem comportamento mais rústico
Achar que é mais homem
Do que qualquer outro homem
É falta de compreensão
Então precisa ser mais lúcido
Isso é tão plástico
Se o mano pratico algo que você não curte mesmo assim te preocupou
Isso é tão pouco pô
É um espaço que não cabe e você se ocupou
Seu crânio tá oco pow
Eu vou amar se alguém me odiar
Só de ouvir
A parte que cutuca a masculinidade frágil
Nesse tipo de assunto vocês não parecem ágio
Nem forte, nem duros, nem firmes nem másculos
Até pra sentir prazer vocês se tornam limitados
Querem mostrar ser o pica mas são tão exagerados
Ter que se sentir viril só porque tem alguém do lado
E se o assunto é sentimento tu se sente deslocado