Vem sonhar com a Vila o sonho tão sonhado
Samba no mesmo compasso
Que pulsa no peito e o tempo não apagou
Eu sei que teu nome é Heitor, minha inspiração
Quero sonhar e pintar juntos
Mais uma estrela no meu pavilhão
Já fui Pierrot nas noites de folia
Chorei sorrindo pela minha Colombina
Hoje sou arte que a vida pintou
Estrela bordada que o samba guiou
O toque do tambor é herança ancestral
Trilhou o mesmo caminho para outro ritual
Na lata, no coro ou no chão do barraco
Assim nasceu o compasso e o samba é meu ato
A voz do preto que a vida esquecia
Se tornou poesia na luz do meu dia
Pequena África idealizou
Nos braços do macaco despertou
Se é sonho de Heitor, também é sonho
Da Vila, vencer sambando de cabeça erguida
Na casa da Tia Ciata, templo de devoção
Cheiro de alfazema, som de samba, lenha no fogão
Cateretê, maracatu, jongador
Canta pra Oxum e também pra Xangô
O atabaque reacende a chama da vida
Que brilha no olhar refletindo a Boulevard
Macumbembê pintou semba lá na Vila
Tem batuque, tem comida, quero ver samborembá
Tem fé, tem dança, com a força do meu samba
A macumba fica boa e ei vou pra lá