Sentinela do quilombo da Portela
Sentinela do quilombo da Portela
Com a águia altaneira, eu vou!
Sou de Madureira, eu sou
De um príncipe africano, hoje sou sucessor
Voa, negrinho, em seu cavalo baio
Vem ligeiro como um raio
O rei dos caminhos mandou te chamar
Conte sobre o seu achado
O negro encantado
Que deixou ifá traçar o seu caminho
E o brasil virou o seu destino
Travessia, sem algema, sem corrente
Toda corte contente a acompanhar
Da realeza de Benin
Chega o príncipe de Ajudá
Em outros portos, atracou
Mas, só nos pampas, sua África assentou
Num rio tão grande quanto a sua missão
Uniu a negritude em um só coração
Juntou nagô, jeje e Oyó
Em uma família só,
Com cabinda e ijexá
Pela cidade, os assentos de Bará
Pro batuque a elite ele levou
O rei das chaves abriu as portas do Orun
Pra onde Custódio seguiu imortal
E o povo preto do Rio Grande do Sul
Ainda respira sua presença real
Essa história eu conheço (ôô!)
Início, meio e recomeço (ôô!)
Agora é com você, negrinho
Herdeiro de sua majestade
Pastoreie essa história até a eternidade