Sou majestade em azul e branco
Consciência, resistência eu sou raiz
Ifá revelou meu caminho
Rio grande o destino, no sul do país
A gaita ouvi
Ao sucumbir tambores, sinos e agês
E ver nossas origens ultrajadas
A ponto de um Brasil não me reconhecer
Roga o negrinho em oração
Sete chaves, a missão acende a vela
Guia teu povo a verdade oprimida
Traz a coroa para os braços da portela
Custódio príncipe negro do saber
Faz o “batuque” enfim florescer
Mistério, catiço imponência e união
É fé que carrego no coração
Terreiros do meu xirê batuqueiros vêm de lá
História que se escondeu, é preta!
Alupo, meu pai Bará! Licença, eu vou contar
A história não morreu, é preta!
Tem okutá no mercado, assentamento
Até a igreja do rosário segue a procissão
Adague, adague aê Exu bi lanã
Toca o sopapo crioulo o rufar do tambor ecoou
Moçambiques, tamboreiros, estandartes, comancheiros
Araçóia curimã, araçóia curimã
Brilham estrelas dos pampas
A luta de zumbi a imortalidade
Foi preciso resistir, sobreviver, seguir
A verdadeira liberdade
De asas abertas de corpo fechado
O negro vai ser coroado sakpatá, ajudá curar o mundo
Das mazelas dos escuros
A negra coroação
Sakpatá, ajudá curar o mundo
Em Madureira, todo negro é irmão