Ney Matogrosso voz, alma, corpo, reinvenção
Chuva de confetes, plumas paetês
Quem vem de lá, o que se vê?
Será homem, mulher
Pássaro em ação?
Vestido em pele de camaleão?
Canta a vedete em corpo de valete
Dança sinuosa
Sensual, cativa
Máscara nativa
Instinto febril
Ele é dez, centenas, mil
Requebrando entra em cena
Faz de si o que bem quer
Ventre livre, enfeitado
Entre Secos e Molhados
Anjo bandido que sarra e beija
Se oferece de bandeja
O grito que silencia
Tudo que é proibido
Um ser de Neandertal
Feiticeiro destemido
Pavão de sangue latino
Cantou Rosa de Hiroshima
Botou o bloco na rua pra gemer
Vira vira virou homem lobisomem
O retrato desvairado do prazer
Veio botar pra ferver
Farra lambuzada na Imperatriz
Delírio tropical do Homem com H
Me usa, me abusa
Me deita, me rola
Me livra da prisão dessa gaiola