Não me peça pra calar minha verdade
Pois a nossa liberdade não depende de papel
Em Santo Amaro, todo 13 de maio
Nossa ancestralidade é festejada à luz do céu
Ê, ê João de Obá, griô sagrado
Ê, ê herança viva no Mercado
Cantamos, saudamos a nossa fé
Às nações do candomblé
É sagrado o respeito!
Ressoam atabaques no axé funfun
Não tememos ataque algum
A rua ocupamos por direito!
Põe erva pra defumar, um ebó pra proteger
Saraiéié Bokunan! Saraiéié!
Nosso povo é da encruza, arte preta de terreiro
É mistura de cultura, multidão de macumbeiro!
O povo gira no xirê, deixa girar
O axé se espalha em cada canto, em cada olhar
Transborda magia no toque do tambor
Das Yabás, o balaio e o amor
Yemanjá Alodê no mar (no mar)
É D'Oxum toda beleza do ibá
É reza no corpo, é dança na alma
A rosa, a palma no meu baticum
É Dona Canô de todo recanto
Evoco a Baixada de Todos os Santos
A curimba de baiano faz Nilópolis cantar
Aiê yê! Odoyá!
Laroyê, Bará bô, axé Lonan
Laroyê, Bará bô, axé Lonan
Vêm da Bahia meu obi, meu orobô
É do Bembé a resistência Beija-Flor!