Quisera eu lavar meu corpo
Das sujeiras do mundo
Livrar meus olhos
De tudo o que é belo e falso
De tudo o que é feio e cru
Cerrar meus ouvidos
Contra toda palavra vã
Ouvir o som dos anjos
Ecoar um clamor de paz
A mesma boca que beija paixão
Cospe mentiras cruéis
Mastiga a alma dos bons
Rasgando sonhos com os dentes
Em cada palavra, maldade
Vento, traz os anjos aqui
Leva o canto suave, sereno
Ao coração do surdo-mundo
Pra emudecer o sujo-mundo