Corpo Negro

Rasgo o horizonte em um cortejo
Faço o breu da noite clarear
Nas Minas de um destino imperfeito
Aruanda é ensinamento

Pra corrente se quebrar
Meu corpo instrumento de Ifá
Remonta o universo ao bailar
À copa de um baobá Bataka é liberdade
Minha identidade!

Fui o bravun de irê, a força do alujá
Metal e trovão cortando o ar!
Na espada de ogum, no oxé do rei xangô
Reluz o meu valor

Odé!! Fui o caçador no agueré
Vento que leva Oxumaré
A unir ayé e órun
Fui onda de Yemanjá por entre omi
No isejá de mãe Oxum a beleza refleti

Na lama de Nanã seu caminhar
Fim da viagem é um novo despertar!
Sagrado eu sou! Perfeito e preciso
Guardei em mim o axé do infinito
Energia sempre a brilhar
Assim sou eu, certeza repleta de amor
Modelo do meu criador, triunfo de Oxalá

Em minha pele está minha razão de ser
O amor me fez vencer!
Do samba sou matriz, meu pavilhão que diz
Ser Imperiais é ser feliz!