Luiz Carlos de Todas As Vilas

Ramos foi o ponto de partida
Neste lugar foi surgindo um letrista e cantor
Por influência de grandes sambistas
Numa paixão desmedida
Sua arte enaltecia o amor
Em seu doce refúgio, mostrava o seu dom
Na roda de samba, com cerveja gelada
Nos acordes de um violão
A declaração para a mulher amada
O povo se uniu em gratidão
Para te homenagear
Poeta da minha canção

Seja na Penha ou em Vila Isabel
Foi considerado improvável menestrel
Convivendo com diversos artistas
Tornou-se um dos mais talentosos sambistas

Candeia
O mestre que fez essa mente vagar
Nos versos mais lindos de suas canções
Embalado ao som de um pandeiro a tocar
Por mãos negras, que animavam as multidões
Foi excluído, marginalizado
É triste o preconceito enraizado
Eu sonho com um lindo dia de graça
Em que nas veias do Brasil
O sangue negro tenha mais valor
Enquanto esse dia não chegar (mas vai chegar!)
Fico vivo na esperança dessa gente brasileira
Que só quer ver sua liberdade raiar

Abre a roda, que o samba já vai começar
Tem batuque de bamba lá no meu curral
Melodia ecoando, o cavaco a chorar
De todas as vilas, tu és imortal