Na cidade de Barretos
Depois da festa do peão
Pra cortar cabelo e barba
Foi entrando um folgazão
Só por trazer no bombacho
A poeira do estradão
E naquela barbearia
Teve uma decepção
O dono da barbearia
Por ter certa posição
Na roda da sociedade
Quis desfazer do peão
Tirou o forro da cadeira
Faltando com a educação
Dizendo que os boiadeiros
Costumam sentar no chão
O peão lhe respondeu
Eu não aceito lição
E topo qualquer parada
Na hora da precisão
Com pratas do meu arreio
Eu compro qualquer salão
Com ouro da minha espora
Faz joias pra tubarão
O resto da minha traia
É ouro fino do bom
Com o Sol o freio brilha
Na boca do alazão
O peitoral é formado
Com vinte e seis argolão
Todos de ouro maciço
Tem mais seis no cabeção
E falando pro barbeiro
Foi entregando um cartão
Com a marca Peão de Ouro
Rei de toda a geração
E tirando da carteira
Sem fazer objeção
Forrou a cadeira inteira
Só com cheques de milhão