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Confira a Letra Genesis (part. Duzzão, Gaspar Z'África Brasil e Dory de Oliveira)

Mema Fita

Genesis (part. Duzzão, Gaspar Z'África Brasil e Dory de Oliveira)

Favela dá medo,
Na madrugada o gireflex ligado,
Bem vindo à selva,
Onde a falta de incentivo atira de pistola belga

Não quer saber de escola,
No crime quer decolar,
E se pega facção rival no morro?
É pra degolar!

Mema Fita VP, amargo tipo acelga,
Não vim pra cegar, meu povo é tipo “Vidas Secas”
E o pai tá pique “Zeca”, com a “Dispensa Vazia”
E as “Faixa Amarela” na quebra responde se é fome ou azia...

Bem que minha mãe dizia:
“Mundão é mal, filho. É um ritual, tão matando pobre no final”
E por aqui é sem confete,
Advogada algemada pela cor da pele, a cena se repete.

É papo reto, tio, pra concretizar o plano,
Cultura na quebrada, domingo em Trindade, me chamem “Solano”,
Vou pra DF, ligar meus mano,
E articular #ELP pra invadir o senado esse ano.

Já fui cachorro acuado, hoje eu sou Rottweiler
Trampando pra por clássicos na rua, tipo a Harley
Exemplo de garra no jogo, que nem Charles Barkley
Renovo o orgulho do meu povo, pique Marcus Garvey

Plano bolei, castelo entrei, me desviei das balas,
Parei de frente ao rei, com o cú na mão gritando guardas,
Um Sergio Vaz, me prova que não estamos sós,
Porque esse mundo é de quem faz, não de quem fica só na voz.

Porta voz aqui é 2Z, de SP/BR
Se puxar meu DVC, vai ver MC real na febre!
Nem a morte compete, olhou fundo nos meus olhos,
To pra contar as notas, cansei de contar corpos,

Quer verdade no discurso? Então melhor deixar com noiz!
Vivência do gueto não baixa na Apple Store,
Boy, encima do boombap, essência oldschool na track,
Se os moleque fuma crack, eu não vou rebolar no Trap

Na súcia do capital ninguém quer dividir o pote,
Cobras na espreita esperando pra dar o bote,
To feito um Sapanawa tentando fazer contato,
Um aliendígena na selva de pedra, tentando achar um mato (na cidade)

Um albinista da nata, um galego zanata,
Nas encruzilhadas do centro, sou um sultão da mata.
Demarcação Já! Ao povo nativo brasileiro,
Um fantasma, um ectoplasma, Hunikuin guerreiro.

Um caboclo na encantaria, não aprendeu ave-maria
Longe de ser santo, nessa santeria,
Aldeia futurista, conexão ancestral,
O som que bate na pista é o poder sobrenatural.

Muda o beat, muda o kit, o canto falado persiste
Rap das madeirite, dos latão de lixo, explode dinamite,
Sambaqui versado, nesse côco mandado,
Rap bem bolado, herança dos boombap pesado!

Tempo sombrio, desde os tempos do navio
Estamos em território inimigo, pátria hostil,
Os verme invadiu, presidente imbecil,
Uma par de gado alienado, tamo fudido e carregando o fardo!

O Brasil já é um Titanic afundado,
Bateu faz tempo no Iceberg, saiu vários machucado
Mas eu sei qual é o meu lado e de qual lado eu devo estar,
Obstáculos não vão me deter, vozes noturnas não vão me aprisionar,

Eu sou a própria vida e força em movimento,
Danço no tempo, no vento igual Oyá, quente igual Barravento,
É corrente, açoite, tapa na cara, mata-leão, tiro...
Em cada encruza, um suspiro!

Ódio, racismo aplicado com veemência,
Quando noiz vai tacar fogo nessa desgraça e pagar com a mesma sentença?
Igual Mutumbi, nascemos pra ser livre,
A nossa cor virou caça, como eu vou gritar “A Favela Vive”?

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