A nova estrada pra minha terra
É o progresso na região
Trazendo novidades
Escoando a produção
É toda sinalizada
Tem até mão e contramão
Tanto faz se é dia de chuva
Pois tem asfalto no chão
Não passa carro de boi
Nem tem poeira na estrada
Não se escuta grito do carreiro
E o caminhão leva a boiada
Já foi o tempo do candeeiro
Das madrugadas no grotão
As batidas da porteira
E o gado no ribeirão
Nos dias que vão passando
Eu sinto a transformação
Ficou perto da cidade
Distante do coração
Não passa carro de boi
Nem tem poeira na estrada
Não se escuta grito do carreiro
E o caminhão leva a boiada
A estrada velha abandonada
É o retrato da solidão
Na sombra da paineira
Descansa o gavião
O calango na sanfona
E o rasqueado na viola
Hoje cantam a saudade
Daqueles tempos de outrora
Não passa carro de boi
Nem tem poeira na estrada
Não se escuta grito do carreiro
E o caminhão leva a boiada