Suaves silvas pérolas
Pétalas de luas suspiram, devoram
E namoram o mar
Cores que nem me lembro
A raiz da terra que é gota que vibra no ar
Astuta, reluta, mas escorre
Pelos olhos negros
Farfalham as árvores
Contra o vento
Onde flores dançam
Sobre nós um riacho farto
Cores que nem me lembro
Correndo no ar
Aqui estão
Os cílios de nossas matas
Derrubados pela gana
Aqui caem as nossas casas
Lá se vão, as asas
Dos filhos de nossas matas em cinzas no ar
Vidas secas, vidas severinas
Trotando e trocando vida por morte
Como, irmãos de alma
Sem sorte
Chore querido, chore
Querida, seja forte ao ver acabar
Dos céus caem as torrentes
Como fluxo de mulher crescente
Poças d’água feito espelhos
Tremulam na estrada
Sinta o cheiro de terra molhada
Da raiz da terra, é a gota d’água
Que vibra como nota aguda no ar