Mudo anoiteço onde estiver
Azul ou púrpura vier
Meu corpo sem o seu sustenta não
A cena posta do jantar
A boca amarga a mastigar
A mala pronta vai bater o portão
Um assobio a azucrinar
De terno branco em frente ao mar
É o que eu levo sem a sua mão
Meu corpo voa na autoestrada
Sangue e sargaço em lama e algas
Seu dente de granada a rapinar
Se viesse voltar
Se viesse voltar
Se viesse voltar
Se pudesse (melhor não)
O fogo e o éter têm razão
Na privativa combustão
O meu cigarro a si próprio fumou
A bala em mim rebaterá
Na espera que se esperará
O fim do dia que não chega
A voz da noite a descamar
E em dez mil goteja, a dor
Serpentemente convulsiva
A besta farpa solta
O incenso me incendeia
É a febre agreste que aqui me deixou
Se viesse voltar
Se viesse voltar
Se viesse voltar
Se pudesse (melhor não)
Se viesse voltar
Se viesse voltar
Se viesse voltar
Se pudesse (melhor não)