Tempo de movimento, fuga e encontro
Um tráfego intenso no deslocamento dos sonhos
Que fogem de medo ou chegam mais cedo
Ao destino que vem a calhar
Tempo de viajar com malas vazias
Despejando a agonia pelas rodovias
Cantando a beleza de um rumo certo
Espantando a dureza de quem está por perto
Tempo de entender que não há tempo
Pra medir a extensão da tirania universal
De enfrentar cada dano colateral
De unir os singulares que não querem ser plural
Tempo de aceitar o que desfiz
Não há solo saudável que segure a raiz
Não há ninguém que possa julgar
O que se cria, o que se diz
Tempo de amar em movimento
Tempo de reverter o desalento
Tempo de rir e chorar pelo empecilhos
Tempo... De autoexilio